O Partido Socialista dos Açores anunciou hoje, que vai apresentar um conjunto de propostas de alteração para transformar e fortalecer o setor agrícola da Região, designadamente para a promoção da agricultura regenerativa, para o rejuvenescimento do setor agrícola e para a garantia de segurança hídrica para a agricultura açoriana.
O plano estratégico para a agricultura regenerativa será essencial para restaurar os solos, proteger os recursos naturais e mitigar os efeitos das alterações climáticas, enquanto o programa de apoio técnico e financeiro para incentivar a instalação de jovens agricultores visa garantir uma agricultura moderna, resiliente e preparada para os desafios climáticos e as exigências de mercado.
Relativamente à segurança hídrica, a medida surge como uma resposta à crescente necessidade de garantir o abastecimento de água para a lavoura nos Açores, especialmente diante dos desafios impostos pela seca e pelas mudanças climáticas, como foi o exemplo o presente ano
O anúncio foi feito por Patrícia Miranda, no debate sobre o setor da agricultura no âmbito do Plano e Orçamento para 2025, a decorrer na Horta, onde a deputada a criticou também a falta de estratégia do Governo de Coligação para o setor do leite.
Patrícia Miranda questionou a inação do Governo Regional e a demora na implementação de medidas, como o prometido fundo de garantia ao preço do leite, afirmando que o Executivo defende que, para agir, é preciso saber quanto custa produzir um litro de leite.
“Após 1.460 dias no Governo, ainda não tem essa resposta?”, questionou a deputada socialista, acrescentando que “os produtores sabem e sentem todos os dias quanto isso custa”.
Patrícia Miranda alertou também para o impacto negativo da falta de manutenção dos caminhos agrícolas, que muitos denominam de "caminhos da vergonha", apontando-os como um reflexo do desrespeito e do incumprimento reiterado perante o setor agrícola.
“Os agricultores enfrentam elevados custos de produção e baixos rendimentos e este Governo não foi capaz de garantir sequer a manutenção do que já existia, nem de executar obras estruturantes”, sublinhou a deputada.
Segundo a deputada, investir na agricultura é uma prioridade estratégica que requer ação imediata e soluções claras. “Não pagar apoios relativos a 2021, desinvestir em infraestruturas agrícolas e falhar em políticas que respondam aos desafios atuais é ou não é uma forma de rateio encapotado?” questionou a parlamentar.
“Os nossos agricultores pedem apenas o cumprimento dos compromissos assumidos, apoios atempados, caminhos agrícolas em condições e políticas que os valorizam”, frisou.
Horta, 26 de novembro de 2024